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O que aprendi sobre transformação digital com Você, Eu e os Robôs, de Martha Gabriel

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Ler sempre foi uma das minhas paixões. Se eu puder usar esse hábito como forma de me atualizar em um mundo cheio de transformações, melhor ainda. Eu vejo essa necessidade diariamente, sobretudo porque, em um piscar de olhos, o digital pode mudar o mercado, as dinâmicas sociais e o futuro do trabalho.

Então, imaginem a minha felicidade ao ler Você, Eu e os Robôs: pequeno manual do mundo digital, livro da Martha Gabriel, que é referência internacional em marketing digital e inovação. 

Se você ainda não leu, coloque na sua lista de prioridades. Você PRECISA LER se for um comunicador, empreendedor ou simplesmente queira saber o que nos espera no futuro com a transformação digital. 

O livro é tão sensacional que eu fiquei com vontade de compartilhar algumas reflexões que ele fornece. Selecionei sete pontos relevantes que merecem nossa atenção. Vem comigo!

1. Conteúdo relevante é imprescindível

Já pensou na quantidade de informação que é divulgada na rede a cada segundo? Pois é, ela cresce exponencialmente. Por isso, a atenção tem se tornado um patrimônio escasso, o que gera um desafio ainda maior para as marcas se destacarem. 

Então, aí vai o primeiro ensinamento da Martha: quanto mais dados circulam na rede, maior deve ser o foco na qualidade e relevância do seu conteúdo.

Só assim você vai conseguir despertar o interesse do seu público e ter chances de se relacionar com ele — o que é um fator crucial para qualquer estratégia de marketing. 

2. O papel do comunicador mudou

Como jornalista, comunicadora e produtora de conteúdo para blogs de empresas, sempre me questiono como a livre circulação de informação impacta meu trabalho.

Na faculdade, eu aprendi que o jornalista tem a função de gatekeeper (guardião da informação). Consiste em definir quais informações serão ou não publicadas. Tudo bem, isso fazia sentido na época em que a mídia tradicional era a única com as ferramentas para publicar informação.

Agora, todas as pessoas se comunicam e produzem conteúdo na internet, sem que ninguém tenha controle sobre isso— até aí, nenhuma novidade. 

Mas para os comunicadores, aí existe, sim, uma novidade importante que demanda mudança de mindset. Nosso papel se alterou nos últimos anos. Não somos mais gatekeepers. 

Devemos atuar como filtros de informação que ajudam as pessoas a lidar com a avalanche de dados.

Em outras palavras, dizer a elas que um conteúdo X é importante e qualificado e, portanto, merece atenção. E que Y é irrelevante ou falso (o que se torna ainda mais importante em tempos de fake news e pós-verdade).

3. É preciso investir em SEO

Em seu livro, Martha também fala sobre a importância de um outro tipo de filtro informacional: os sistemas e plataformas digitais. Entre eles, a autora destaca a busca online (alô, Google!) como um recurso que terá umpapel cada vez mais importante em nossas vidas.

Eu trabalho com SEO (search engine optimization), que é a otimização de conteúdos para mecanismos de busca. Em suma, trata-se de criar conteúdos para blogs com o intuito de levá-los às primeiras posições no Google quando o usuário fizer uma busca relacionada ao mesmo tema.

É uma forma de usar o filtro digital a favor das marcas para gerar leads de venda. Agora, vejam o que a autora fala sobre esse tipo de filtro (p. 42):

Quanto mais a busca consegue trazer opções relevantes para nós, mais importante ela se torna em nossas vidas, pois melhor resolve o nosso problema de volume de informação e processo de escolha.

Então, imagine que você produz um conteúdo relevante e qualificado para o seu público-alvo, capaz de resolver um problema que ele apresenta. Se você tiver uma boa estratégia de SEO, essas pessoas podem cair diretamente no seu site ao fazer uma rápida busca no Google.

E aí você tem a chance de se portar como uma autoridade no assunto. E mais: se tornar uma referência para o usuário.

Esse é um dos primeiros passos do inbound marketing. O objetivo é atrair usuários por meio de conteúdo relevante com o intuito de gerar consciência de marca e leads qualificados para, possivelmente, convertê-los em clientes mais tarde. 

Então, SEO deve ser um recurso-chave da sua estratégia digital, combinado?

4. Preocupe-se com privacidade de dados

A todo instante, deixamos rastros, pegadas e sombras digitais, seja ao usar um aplicativo, publicar uma foto na rede social ou efetuar uma compra online, por exemplo. 

E a tendência é que o compartilhamento de informações pessoais na rede seja cada vez maior. Sobretudo porque caminhamos para o cenário da interconexão dos dispositivos inteligentes por meio da Internet das Coisas: assistentes pessoais, gadgets (como o Apple Watch) e toda sorte de produtos smart.

Então, a preocupação com a privacidade é legítima. Não sou eu que estou dizendo isso — é ninguém menos do que a Martha Gabriel. No livro, ela deixa bem claro que o poder de obter e analisar dados de pessoas pode ser usado tanto de forma benéfica quanto manipuladora.

Claro, os dados podem ser usados, por exemplo, para entender comportamentos e preferências e, assim, melhorar serviços e produtos, de modo a entregar uma oferta qualificada ao consumidor. 

Mas também podem ser usados de forma maléfica a partir da obtenção ilegal de dados e da manipulação. Um exemplo recente que surgiu na minha memória durante a leitura foi a relação do Facebook com as eleições dos Estados Unidos em 2016, responsável por uma crise de imagem e pela desconfiança dos usuários em relação à organização. Aliás, o documentário Privacidade Hackeada, lançamento da Netflix, mostra como foi esse processo.

Bem, se a tendência é que cada vez mais modelos de negócios, produtos e serviços sejam digitais, a responsabilidade das empresas é cada vez maior, sendo elas detentoras de dados de seus clientes.

Portanto, precisamos estar sempre conscientes e refletindo sobre a privacidade, independentemente de estarmos na posição de consumidores ou vendedores. 

5. Prepare-se para não ser substituído por máquinas

Um dos capítulos mais interessantes do livro é o que fala do ser humano no futuro e a sua relação com o trabalho. 

Martha explica que a revolução digital está eliminando cargos intermediários. O mercado atual pode ser visualizado como uma ampulheta. Em uma extremidade, pessoas qualificadas com alto grau de educação e conhecimento. De outro, profissionais com baixa formação.

Na prática, quer dizer que profissionais que têm sua mão de obra substituída pela tecnologia precisam imediatamente se adaptar às mudanças do mercado de trabalho. Senão, tendem a descer na ampulheta. 

E isso observamos facilmente em nosso cotidiano, a partir do surgimento de serviços como Uber e Airbnb, que substituem profissionais de agências de táxis e de turismo, por exemplo. 

Quando a discussão vai para esse lado, sempre penso na figura de um contador. Antes, o papel dele consistia meramente em fazer registros em livros contábeis, analisar documentos e gastar o seu tempo com tarefas burocráticas, repetitivas e de pouco valor agregado para o cliente. E hoje tudo isso é feito por sistemas de gestão.

Como esse profissional tem se adaptado ao mercado? Se tornando um consultor de negócios para gestores, auxiliando-os na tomada de decisão a partir da análise de dados contábeis e tributários, ao invés de apenas ser responsável pelo registro deles. Ou seja: frente à mudança do mercado, o papel desse profissional precisou ser alterada para que ele não fosse totalmente eliminado. 

Além disso, segundo a autora, o cenário digital tende a alavancar o setor de serviços e a atuação de freelancers, que atuam no modelo GIG Economy e prestam serviços para diversas empresas.

6. Seja criativo e desenvolva soft skills

Perante a automatização de tarefas, cresce a importância das soft skills — as habilidades comportamentais. E quem ganha ainda mais destaque é a criatividade. Trabalhos que envolvem essa competência serão cada vez mais valorizados.

Um estudo da consultoria McKinsey, citado pela Martha no livro, é bem interessante. Ele elenca atividades profissionais com maior, intermediária e pouca probabilidades de serem substituídas por robôs. 

De acordo com a pesquisa, as atividades mais difíceis de serem automatizadas pelas tecnologias atuais são:

  • Gestão e desenvolvimento de pessoas (9% de potencial de automação)
  • Tomada de decisão, planejamento ou trabalho criativo (18%).

Ou seja, se você ainda não exerce a criatividade, é hora de desenvolver essa competência. Outras soft skills que serão cruciais, segundo Martha, incluem pensamento crítico, experimentação, conexão e resiliência. 

E também há cada vez mais necessidade de exercemos o que a autora chama dos três “E”:

  • Emoção
  • Empatia
  • Ética.

Essas características são o que nos diferencia das máquinas e, portanto, farão toda diferença no mercado de trabalho. 

7. Inovação é o grande diferencial competitivo

Depois de passarmos pela Era da Informação, vivemos hoje a Era da Inovação. Basicamente, isso significa que não basta ter acesso a dados e informação. É preciso extrair sentido e insights a partir deles. 

Em um cenário em mutação, o diferencial competitivo será a capacidade de criar soluções para novos problemas.

(…) o valor se deslocou daqueles que tinham informação para aqueles que têm criatividade para criar soluções novas e implementá-las em cada novo cenário que se apresenta. (p. 133–134).

Segundo Martha, precisamos pensar de forma cada vez mais exponencial, ser criativos para criar soluções e resolver problemas a partir das estruturas que já existem hoje.

É como se o mundo hoje tivesse ao nosso dispor, cada vez mais, peças de solução como fossem blocos de Lego, nos dando o poder de construir, com elas, qualquer coisa que queiramos. (p. 136).

O que nos leva também à necessidade de estar sempre de olho nas tendências do mercado para gerar insights e debater ideias que possivelmente gerem inovação. 

Um relatório bem interessante para quem deseja se atualizar é o The Future 100: 2019, da JWT Intelligence, que aponta 100 tendências e mudanças para observar neste ano — desde cultura e tecnologia a lifestyle e saúde. 

Sei que inovação é uma temática que já faz parte das reflexões do profissional do século 21. Mas será que já estamos empregando nossa criatividade, de fato, para lidar com cenários em emergência? Sempre vale o questionamento, pois quem não inova fica para trás.


Enfim, depois de ler o livro da Martha, minha mente ficou borbulhando de tantas ideias e reflexões. É tanta informação que precisamos de um bom tempo para digerir todo o conteúdo. Mas recomendo fortemente a leitura!

E você? Também tem refletido sobre as questões que eu citei acima?

Que outros livros você tem para me indicar dentro dessas temáticas? Comente comigo aqui!

Este artigo foi publicado originalmente no LinkedIn.

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