O Google divulgou recentemente o Helpful Content Update, uma atualização que promete impactar os resultados de SEO daqui pra frente.
Já reparou como as atualizações do Google causam burburinho no mercado digital toda vez que são anunciadas?
Dessa vez, não foi diferente. E você, redator, precisa ficar de olho nessa atualização, sobretudo porque ela tem uma forte relação com o conteúdo que você produz.
Mas quais serão esses impactos do update na carreira do redator? Como podemos pensar a nossa produção de conteúdo a partir de agora?
Neste artigo, trouxe um panorama do que é a atualização Helpful Content Update e como ela impacta o nosso trabalho como redatores SEO de blogs. Bora?
O que é e qual o objetivo da atualização Helpful Content Update?
O Helpful Content Update é uma atualização anunciada pelo Google na última semana (18.08.22) que promete trazer impactos na estratégia de SEO (otimização de conteúdos orgânicos).
A atualização traz mudanças no critério de exibição de sites na página de resultados, com o conteúdo original e de qualidade ganhando ainda mais importância como um fator de ranqueamento orgânico.
E qual o objetivo disso?
Nas palavras do próprio Google, “garantir que as pessoas vejam conteúdos mais originais e úteis, escritos por pessoas e para pessoas nos resultados de pesquisa”.
Ou seja: sabe aquela famosa frase “Conteúdo é rei“? Ela passa a ser cada vez mais verdadeira quando falamos de tráfego orgânico em blogs.
Conteúdo people-first: o princípio por trás do Helpful Content Update
O próprio Google, em seu blog oficial, nos diz qual é o princípio por trás do Helpful Content Update: o conteúdo people-first.
Conteúdo people-first é aquele conteúdo produzido por pessoas e para pessoas.
É um conteúdo que satisfaz a experiência do usuário que faz um busca no Google.
Essa é a chave para uma estratégia de SEO que gera resultados: criar conteúdos para pessoas, e não para motores de busca.
É como eu sempre digo para os meus alunos: não escreva para o algoritmo. Escreva para a pessoa que está do outro lado da tela.
O que o Google considera conteúdo people-first?
O Google nos dá um checklist para nos ajudar a entender se nosso conteúdo é people-first. Traduzi aqui os itens que estão no blog oficial, dá uma espiada:
✅ Ter uma audiência para o negócio/site que acharia aquele conteúdo útil se fosse diretamente até você
✅ Demonstrar expertise e profundidade de conhecimento no conteúdo
✅ Site com um foco ou objetivo primário
✅ Depois de ler o seu conteúdo, a pessoa precisa deixar o artigo sentindo que aprendeu o suficiente sobre um assunto para alcançar o objetivo dela
✅ O leitor precisa sentir que teve uma experiência satisfatória com o conteúdo
E aí, seu conteúdo se encaixa nesses critérios? 👀
Mas afinal, o que é um conteúdo de qualidade?
Eu gostei muito da definição da especialista Marie Haynes, em artigo para o Search Engine Land. Ela traz duas perguntas que ajudam a identificar se um conteúdo tem qualidade ou não:
- Esse conteúdo ainda existiria se não fosse pelos motores de busca?
- Você ainda criaria esse conteúdo se as buscas no Google não existissem?
Escrever para motores de busca: o pior erro que o redator pode cometer
O pior erro que o redator pode cometer daqui pra frente é escrever conteúdos para blog pensando no algoritmo e não no leitor.
Isso significa que o SEO pode ser esquecido? Claro que não.
A atualização não invalida as práticas de SEO. O ponto de virada é entender que elas são úteis quando aplicadas ao conteúdo people-first.
Mas como saber se você está cometendo esse erro?
Use e abuse do…
Checklist do erro
Bora com mais um checklist do Google? Novamente, tomei a liberdade de traduzir de forma livre as perguntas feitas no blog oficial.
Atenção: responder “SIM” para algumas ou todas as perguntas mostra que você precisa mudar a forma de redigir os seus artigos:
❌ O conteúdo é feito primeiramente pensando em atrair pessoas na ferramenta de busca, ao invés de feito para pessoas?
❌ Você está produzindo muito conteúdo sobre diferentes tópicos na esperança de que algum deles performe bem nos resultados de pesquisa?
❌ Você está usando automação para produzir conteúdo sobre vários tópicos?
❌ Você está apenas resumindo o que os outros dizem sem acrescentar muito valor?
❌ Você está escrevendo sobre assuntos simplesmente porque eles estão nas tendências e não por que você realmente escreveria sobre eles para a sua audiência?
❌ O seu conteúdo deixa os leitores sentindo que precisam pesquisar de novo para ter informações melhores de outras fontes?
❌ Você está escrevendo para um número específico de palavras por ter ouvido que o Google tem um número preferido? (Não tem).
❌ Você decidiu entrar em algum nicho específico sem ter real expertise, mas principalmente por achar que assim atrairia tráfego da pesquisa?
❌ O seu conteúdo promete responder uma questão que na verdade não tenha resposta, como por exemplo sugerir que existe uma data de lançamento de um filme que na verdade não está confirmada?
E então, mandou bem no teste? Espero que sim!
Como vai funcionar a atualização Helpful Content Update?
O Google explica que o sistema do Helpful Content Update identifica automaticamente o conteúdo que pareça ter pouco valor ou que não seja útil para o usuário.
Mas e se o site já tiver conteúdo de baixa qualidade? Aí a orientação do Google é que essas páginas sejam removidas do blog o quanto antes.
Portanto, vale sugerir para o seu cliente fazer uma peneira nos artigos do blog, caso existam conteúdos sem valor por lá.
Também vale lembrar: a atualização vai impactar primeiro as buscas em inglês, mas será expandida para outras línguas no futuro (então vamos sair na frente e começar a preparação desde já!).
5 Reflexões que a atualização Helpful Content Update traz para redatores
“Ok, entendi como vai funcionar a atualização. Mas como ela vai impactar no meu trabalho de redator SEO?”
Preparei 5 reflexões que, na minha visão, são essenciais para pensarmos a carreira do redator e como ela vai ser impactada daqui pra frente. Vem comigo!
1. Redator ganhará relevância
A função do redator que domina conteúdo vai ser cada vez mais importante para a estratégia de SEO.
Com a necessidade de criar conteúdos people-first, vão se destacar os profissionais que souberem construir narrativas, contar histórias, pesquisar e informar com qualidade, entender qual tipo de conteúdo é relevante para uma audiência específica – e ainda saber aplicar o SEO como um plus na produção.
Aliás, xô, conteúdo escrito por inteligência artificial! A atualização é a maior prova de que a atuação do redator vai continuar sendo muito relevante no mercado para empresas que desejam explorar todo o potencial do tráfego orgânico.
E convenhamos: com o aumento dos preços dos anúncios e com a concorrência cada vez mais acirrada no mercado digital, o tráfego orgânico vai ganhar ainda mais relevância.
2. Planejamento de conteúdos para blog
Na minha visão, a fase de planejamento do conteúdo também merece atenção.
Não dá para montar pautas baseado apenas no número de buscas mensais de uma palavra sem pensar se esse termo realmente faz sentido para a audiência do site.
Também não dá para estruturar o artigo com “mais do mesmo”, replicando estruturas de outros textos bem posicionados, sem qualquer originalidade.
A gente precisa pensar no que realmente vai ser útil para o leitor.
Explorar tópicos que façam sentido para aquela busca, que ajudem a compreender um assunto de forma satisfatória e que seja um conteúdo original, com emoção e conexão.
Curiosamente, não dá mais pra fazer “conteúdo Google” (aquele que poderia ser encontrado em qualquer blog que não seja o do seu cliente).
3. Maior cuidado com a originalidade do conteúdo
A verdade é que a gente precisa saber da importância da pesquisa bem feita.
Não dá para simplesmente fazer um apanhadão do que os outros estão falando.
É preciso escrever com originalidade e trazer embasamento para o artigo – usando os princípios da redação UAU (o acrônimo que eu criei para uma redação útil, atrativa e única).
4. Entrega focada em número de palavras: será o melhor caminho?
Não existe regra de número de palavras específico que faz um conteúdo performar bem no Google.
O que importa é saber explorar os temas de forma completa, sem encher linguiça, mas sem deixar incompleto.
É por isso que cada palavra-chave, a depender da intenção de busca, vai ter uma demanda diferente de tamanho de conteúdo.
Isso tem uma forte relação com a forma com que redatores oferecem seus serviços no mercado.
Fechar pacotes com artigos de X palavras ajuda sim a precificar, mas será que é o melhor caminho para trazer resultados para os clientes?
Não é de hoje que o mercado está cheio de redatores mais preocupados em encher o texto com um número específico de palavras do que com a qualidade do conteúdo em si.
Eu realmente acredito que colocar um número fixo de palavras no serviço, além de ser limitador em termos de conteúdo, nos deixa mais perto de pensar apenas no motor de busca.
Por isso, nos meus serviços, eu até faço uma média do tamanho dos textos que serão entregues, mas jamais fico presa a esse número na hora de entregar um conteúdo.
5. Copywriting sem clickbait
O clickbait é uma péssima estratégia. Prometer e não cumprir só pra conseguir o clique vai ser uma conduta cada vez mais penalizada (ainda bem).
Mas vale o lembrete: clickbait é bem diferente de copywriting, que consiste na aplicação de técnicas para deixar o texto interessante, despertar curiosidade e gerar conexão emocional.
E aí, faz sentido pra você essas reflexões sobre os impactos do Helpful Content Update?
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